Com equipe especializada de engenheiros, a Fórmula Vee segue as principais categorias do automobilismo para desenvolver pilotos e aprimorar seus carros
São Paulo, 28 de março de 2022. Quando o primeiro carro da Fórmula Vee foi criado pelo americano Hubert Brundage entre 1958 e 1959, o objetivo era ter um equipamento de baixo custo, competitivo e que destacasse a qualidade dos pilotos. Passados 60 anos da criação da categoria mais popular do automobilismo mundial, a FVee Brasil mantém esses princípios básicos, com um salto de tecnologia: a análise de dados, seguindo os conceitos utilizados pelas principais equipes no país e no mundo.
Os pilotos que participam de todas as competições da Fórmula Vee têm à disposição um completo scout técnico, com dados sobre o rendimento do carro e do seu desempenho na pista. Não há custo extra e já está incluído no pacote para a disputa do Campeonato Paulista, da Copa ECPA e da FVee Open, o novo campeonato exclusivo para iniciantes que começa na próxima semana.
“A análise de dados mostra como o piloto se comporta na pista e, principalmente, como ele pode melhorar”, afirma Kleber Rocha, chefe da equipe técnica da Fórmula Vee. “Além disso, os dados apresentam um raio-x completo do rendimento do carro, com informações indispensáveis para corrigir eventuais problemas.”
No automobilismo, nada é mais comum do que o piloto apontar problemas no carro após não render bem na pista. “A palavra do piloto sempre é importante, mas pode ser um pouco subjetiva e não descrever o real problema. Com a análise de dados, recebo informações precisas sobre como foi a pilotagem e o rendimento do carro. Com isso, é possível ter uma posição clara do real problema, se foi com o piloto ou o carro”, diz Kleber Rocha.
Uma F1 simplificada
A FVee utiliza um monitoramento que é referência nas principais categorias do automobilismo. “Não é exagero dizer que temos uma análise muito parecida como faz, por exemplo, a Fórmula 1. A diferença é quantidade de dados. Mas na prática, é o mesmo sistema”, afirma Túlio Balzi Rodrigues, que faz parte da equipe de três engenheiros ao lado de Cristiane Aparecida Ribeiro e Vinícius Oliveira Souza.
Os técnicos recebem informações como o rendimento do motor em cada parte da pista e dados de pressão, temperatura, além de apontar onde o piloto freou e acelerou. “Basicamente, chamamos os pilotos para mostrar a eles se o carro está respondendo bem e se eles estão pilotando dentro dos parâmetros, como frear e acelerar na hora acerta, além de fazer o traçado correto”, diz Vinícius Souza.
O trabalho da equipe de análise de dados criou recentemente um estudo comparativo de avaliação. Todos os carros passaram pelo dinamômetro, que apontou uma diferença de apenas 3 cv entre eles, de 113.8 a 116.9, que representa 2,7%.
O estudo mostrou também a queda de rendimento do carro em relação ao peso do piloto e até que ponto a potência de cada motor pode se tornar um diferencial. “Para que ocorra uma diferença considerável, é preciso ter uma variação entre 10 a 20 cavalos de força. E nos carros atuais não chega a três”, explica o engenheiro Vinícius Souza.
Para comprovar o rendimento equiparado dos carros, a FVe convidou recentemente o piloto Matheus Iorio para testar cada um. Campeão brasileiro de F3 e rookie do ano na Stock Light, Iorio conduziu na pista do Velocitta, em Mogi Guaçu, um dia antes da segunda etapa do Campeonato Paulista, no início de março. O resultado não surpreendeu.
“Os carros giraram com uma diferença mínima de 1% no tempo, sempre na casa de 1 minuto e 48 segundos ou 47 segundos. Fizemos um gráfico para apresentar aos pilotos, e as linhas estavam rigorosamente sobrepostas. Isso mostra como os carros são preparados e entregues o mais equiparados possível, e quem faz a diferença é mesmo o piloto”, afirma a engenheira Cristiane Aparecida, seguindo um dos princípios básicos da categoria desde os tempos do piloto e empresário americano Hubert Brundage.
Prevenção contra quebras e evolução dos pilotos
A análise de dados não ajuda apenas a melhorar a pilotagem. É também uma ferramenta indispensável para os mecânicos no trabalho de revisão e preparação dos carros. “Hoje em dia, já podemos prever problemas que poderão acontecer, e com isso nos antecipamos, evitando quebras e garantindo que o piloto terá um equipamento confiável”, afirma o chefe da equipe, Kléber Rocha. “É com base nesses dados, junto com a avaliação dos pilotos, que tomamos as decisões, como uma troca de câmbio ou de motor, por exemplo.”
Além dos três engenheiros e do chefe da equipe, a FVee conta com mais 13 profissionais no trabalho de revisão, preparação e apoio durante as competições. “Nosso objetivo é oferecer o melhor carro possível, com um ótimo custo-benefício para que o piloto tenha a oportunidade de competir em condições de igualdade, não importando a idade ou a experiência. Como sempre aconteceu na história da categoria, a intenção é valorizar o piloto e ajudá-lo a evoluir no automobilismo”, afirma Flávio Menezes, diretor da FVee.
Segundo Menezes, a análise de dados foi implantada para dar aos pilotos os parâmetros necessários para o seu desenvolvimento. “A FVee sempre foi uma categoria de base ou, como é chamada, uma categoria-escola. E agora estamos oferecendo ferramentas com dados claros e objetivos para que eles cresçam como pilotos e possam inclusive ter um handcap importante quando passarem a competir em outras categorias.”
Análise dos competidores
Augusto Santin, bicampeão paulista Máster (2020-2021) e campeão da Copa ECPA (2020):
“Hoje, com esta análise de dados, estamos preparados para andar não só na Fórmula Vee, mas em qualquer outra categoria. Este é um apoio muito moderno, que existe nas grandes categorias e atende ao desejo do piloto, que é sempre buscar a excelência, ser mais rápido e preciso na pista, atingir o seu melhor. É muito importante usar os dados, os seus comparativos, analisar volta a volta em busca da perfeição. Mesmo eu que já ando há um bom tempo em Interlagos, sempre tenho algo a melhorar, a evoluir, quando a gente precisa tirar um coelho da cartola. E não vejo isso em outras categorias similares, trata-se de um diferencial muito importante da FVee e fundamental para o desenvolvimento do piloto.”
Bruno Caravaggi, participante do 1º FVee Open:
“O sistema de análise de dados da FVee mede com muita precisão algumas coisas como carga mecânica, aerodinâmica, aceleração, deslocamento, entrada de curva. É um mecanismo extremamente técnico, onde conseguimos saber a intensidade das forças em cada ponto do carro, em cada curva. Com isso, conseguimos aprimorar cada vez mais, volta após volta, as nossas técnicas de pilotagem. É ainda uma espécie de “dedo duro” quando o piloto reclama de alguma coisa no carro, mas logo os engenheiros apresentam os dados para apontar o verdadeiro problema. Sem isso, é como se estivéssemos correndo há 60 ou 70 anos atrás. Tudo isso ajuda a tornar as condições mais previsíveis, apesar de não ser algo 100% exato em razão do grande número de variáveis. Mas é uma maneira de você medir sua evolução, o que ajuda principalmente os pilotos que estão começando e faz parte do processo de aprendizagem.”
Daniel Rienda, terceiro colocado no Campeonato Paulista Máster 2021:
“Este trabalho de análise de dados é extremamente útil, pois nos ajuda a identificar trechos da pista onde podemos melhorar a nossa pilotagem, fazendo com que possamos tirar o melhor proveito do carro.”
Laurent Guerinaud, bicampeão paulista (2020-2021):
“É um serviço que nos ajuda a evoluir mais rapidamente, em busca da volta ideal. Os dados mostram aonde nós deveríamos frear e acelerar, apontando os erros mais comuns. É algo que muitas vezes não percebemos e deixamos passar quando estamos na pista, mas em seguida somos orientados pelos engenheiros com os dados no computador. Mas é importante levar em conta também a opinião do piloto, para entender e identificar o problema, se é dele ou do carro. E com os dados, comparar com a volta ideal. Isso é importante principalmente para quem está começando, quem não tem muitas referências e precisa de todo o apoio possível.”
Lucas Veloso, dois segundos lugares na temporada 2022:
“A análise de dados tem sido essencial para a minha evolução, principalmente por ter vindo do kart e não conhecer muito sobre o carro. Isso me ajuda muito a identificar alguns pontos que eu preciso melhorar no traçado e tirar o melhor rendimento do carro.”
O engenheiro Vinícius Oliveira Souza analisa dados na saída dos boxes durante etapa da FVee Open, no ECPA, em Piracicaba
O engenheiro Túlio Balzi Rodrigues mostra aos pilotos os parâmetros ideais da pista do Velocitta, em Mogi Guaçu, para prova do Campeonato Paulista
FONTE/TEXTO: Fernando Santos / Formula Vee Brazil
FOTO: Divulgação FVee Brazil
CONHEÇA OS NOSSOS SERVIÇOS NO AUTOMOBILISMO E KARTISMO
CONHEÇA O NOSSO CANAL DE MARKETING ESPORTIVO NO YOUTUBE